No último dia 12 de dezembro, a morte de Togo Renan Soares completou 27 anos. Nascido em 21 de maio de 1906, o carioca teria 86 anos. Kanela, como era conhecido no meio do basquete, foi o maior vencedor da história das seleções brasileiras. Sob o seu comando, o Brasil conquistou os Mundiais de 1959, no Chile, e 1963, no Rio de Janeiro. Além disso, ainda faturou cinco Sul-Americanos (1958, 1960, 1961, 1963 e 1971). Não bastasse, Kanela ainda foi o técnico da seleção masculina no bronze olímpico de Roma 1960 e em quatro medalhas Pan-Americanas entre 1951 e 1963.

Foto: Arquivo/CBB.jpg

Foi Kanela o comandante de uma geração de ouro com Wlamir Marques, Ubiratan, Amaury, Renê, Rosa Branca, entre outros. Disciplinador, sempre se preocupava com todos os detalhes dos seus comandados, desde a alimentação até o horário de dormir. Em 1959, por exemplo, trancou o Brasil na Ilha das Enxadas, na Baía de Guanabara. A ideia era concentrar os jogadores para o Mundial do Chile, já que em 1954 o Brasil havia perdido o título para os Estados Unidos em pleno Maracanãzinho. Funcionou. O time foi campeão pela primeira vez. E Amaury Pasos se lembra bem daquela época.

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- O Kanela batia na porta do quarto de cada um para poder pedir que acordássemos. Ele só se esquecia que ele roncava tão alto que todos já estavam acordados muito antes. Mas ele foi o maior técnico que eu tive. Foi o responsável por unir essa geração. Por trazer eu e o Wlamir e nos inserir na seleção. Ele foi a figura mais importante daquela geração. O grande nome - garante Amaury Pasos, duas vezes MVP em Mundiais, em 1959 e 1963.

Para quem não é mais próximo do basquete, duas curiosidades também chamam a atenção sobre Kanela. Ele é tio de Jô Soares, um dos maiores apresentadores e humoristas do basquete brasileiro. Também colocou seu talento em prol do futebol, sendo o treinador das categorias de base do Botafogo, mas também do profissional em 1929 e depois em 1936. Também foi treinador do Flamengo entre 1948 e 1949.

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- Foi uma reação parecida com a do nosso primeiro campeonato mundial de futebol, mas concentrada no Rio de Janeiro (sede da competição). A cidade ficou alucinada. O Maracanãzinho explodindo de alegria com a vitória, como deveria ter explodido o Maracanã na final da Copa do Mundo (de futebol) de 1950. Foi uma coisa de calor, de público, porque é o volume da reação fica maior em um ginásio. E os jogadores agarrando meu tio Kanela. Ele era muito respeitado, um gênio no que ele fazia - disse certa vez Jô Soares ao GloboEsporte.com, em 2013, relembrando o título mundial de 1963.

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Mas foi no basquete que Kanela se destacou. Além dos títulos pela seleção, conquistou o Sul-Americano de Clubes de 1953 pelo Flamengo. Também levou 14 Campeonatos Cariocas, nos anos de 1948, 1949, 1951, 1952, 1953, 1954, 1955, 1956, 1957, 1958, 1959, 1960, 1962 e 1964. Não sendo suficiente, também ganhou os Cariocas de 1939, 1942, 1943, 1944, 1945 e 1947 pelo Botafogo. O Paulista de 1972 pelo Palmeiras e o Brasileiro de 1973 pelo Vila Nova.

Kanela é homenageado em diversos locais. No Flamengo, um dos ginásios da Gávea leva o seu nome. O CIEP 433, no Rio de Janeiro, também tem seu nome de batismo. Dois livros também contam sua história: "A Era Kanela", Maria Célia Kanela e Pedro Zamora, Editora Shogun Arte, 1984; Kanela, um eterno campeão! Lições e recordações de um grande desportista". Editor Eduardo Monteiro, 1992.

A CBB é o órgão nacional do basquete. É uma associação independente, formada por 27 federações por todo o Brasil. É reconhecida como a única autoridade competente no basquete pelo Comitê Olímpico do Brasil.

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